Serviço de Neurorradiologia
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central
ANEURISMAS CEREBRAIS
TRATAMENTO ENDOVASCULAR
O que é?
Um aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral.
Pode não causar sintomas, no entanto, por vezes pode romper e causar uma hemorragia intracraniana.
Quando uma hemorragia causada por um aneurisma é diagnosticada, é urgente ocluir o aneurisma e parar a hemorragia, com o objectivo de prevenir uma nova ruptura, que poderá aumentar a mortalidade e os danos neurológicos permanentes.
Existem duas alternativas para o tratamento de aneurismas cerebrais:
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Abordagem endovascular, realizada por neurorradiologista, que consiste na oclusão do aneurisma por via endovascular - Embolização de aneurisma cerebral com espiras;
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Abordagem cirúrgica, realizada por neurocirurgiões, que através de uma abertura do crânio colocam um clip no aneurisma - Clipagem de aneurisma cerebral;
A decisão é tomada em equipa, de acordo com as características do aneurisma e as particularidades do doente.
Como é realizado o tratamento endovascular dos aneurismas?
O tratamento endovascular de aneurismas inicia-se pela realização de uma angiografia cerebral, com inserção de um cateter na artéria femoral, que posteriormente é guiado até à circulação arterial cerebral, utilizando Raio-X em tempo real.
Posteriormente, é inserido um microcatéter, de calibre mais fino, que vai ser introduzido no interior do aneurisma, e através do qual são transportados coils/espiras flexíveis de platina, que irão preencher o seu interior e obliterá-lo.
Por vezes, também são utilizados stents (malha fléxivel) no tratamento de aneurismas, isoladamente, ou em combinação com os coils.
O tratamento é feito com anestesia?
É habitualmente necessária uma anestesia geral por segurança, para que não haja movimento do doente, uma vez que é necessária precisão na colocação do material em aneurismas que podem ser tão pequenos como 2mm.
Como é feito o seguimento médico?
O doente com ruptura de aneurisma terá de ter um internamento hospitalar prolongado, que pode ultrapassar as duas semanas, para vigilância das complicações associadas à hemorragia.
Durante as primeiras 2 semanas subsequentes à ruptura de um aneurisma, aproximadamente 20-30% dos doentes estão em risco de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquémico devido a vasospasmo.
O que é o vasospasmo?
Vasospamo é uma reacção à hemorragia e consiste na diminuição do calibre da artéria. Frequentemente, o vasospasmo pode ser tratado através de medicação oral ou intravenosa. Se esta medicação não for eficaz, poderá ser necessário tratamento endovascular com medicamentos ou até balões para dilatação arterial.
E no caso do aneurisma não ter rompido?
O doente com aneurisma não roto terá um internamento electivo (programado), geralmente entre os 2-3 dias, após o que terá alta para o domicílio.
Posteriormente à realização do tratamento, e após ter alta do hospital, é necessário um acompanhamento de longo prazo em consulta.
Numa percentagem baixa de casos em que o aneurisma volta a crescer, poderá ser necessário um tratamento adicional, semelhante ao previamente realizado.